Sobre o Estilista
Helen Rödel (27) destaca-se entre os designers de moda de sua geração notadamente pela utilização de técnicas manuais tais como o crochet e o tricot como suporte de suas inovadoras criações. Em sua jovem trajetória a estilista apresentou-se, em 2009, sob a marca Rödel LA na semana de moda islandesa e já desenvolveu para grandes labels brasileiros, peças em crochet para as passarelas do SPFW e do Fashion Rio.
Sobre o caminho que inicia na moda autoral Helen Rödel reflete : "Pensem no Brasil quando tudo era mata. Sou de ascendência alemã e conheço bem as histórias dos primeiros imigrantes que chegaram aqui e foram engolidos pelo verde e pelo vazio demográfico. Eles abriram picadas nas matas densas e construiram cidades.Vejo assim o trabalho da moda autoral no Brasil, braços fortes, cabeça focada e coração sagrado".
A escolha da técnica manual, que como conhecemos hoje data do século XVI, tem contribuido para esta aparecer renovada a medida em que Helen propõe a sua visão. Ela aprende com o crochet de ontem mas realiza o crochet de seu tempo, de sua vida e para isso executa um trabalho minucioso em que o acabamento, o perfeito tecimento e a modelagem precisa, que garante modelos sem costuras, se unem à materiais de alta qualidade e designs com conceitos atemporais, resultando em peças valiosas, extremamente delicadas e inovadoras.
Seus crochets exuberantes e luminosos buscam a história e prestam uma homenagem. "Penso que as técnicas manuais são o passado, e agora são o futuro. São artes tradicionais e de infinitas possibilidades para as quais eu oferto a minha visão. Essa fantástica combinação de uma agulha, fios, mãos e mente presente me encanta sobremaneira e meu esforço em renovar a técnica é, além de realização pessoal e crença, uma vontade sincera de que ela se mantenha viva carregando consigo a mudança dos tempos".
Estudos MMXI, coleção que desfilará neste DFB 2011, é a prova de que Helen Rödel está a conduzir a moda de seu país e sua própria por um território novo e ousado, em que plataformas manuais e tão tradicionamente difundidas são repensadas e reordenadas dentro de um novo tempo e espaço, colaborando para a evolução do design, da técnica e da artesania.
Contato:
A designer Helen Rödel apresenta seus mais recentes estudos em uma coleção composta de peças feitas à mão em crochet e tricot com técnica impressionante e precisão sedutora. A estas imponentes e originais construções manuais se unem elementos em jeans e linho, ornamentos em pedrarias e preciosos acessórios em madeira esculpidos pelo artista Mauro Fuke.
A imagem criada suscita uma jovem Lolita tropicalista, de inspiração hippie-concretista, cuja leveza bucólica é bem trançada com um frescor urbano.
O crochet, seu poderoso trunfo, é apresentado principalmente sob a forma do ponto pipoca, um concentrado de seis pontos, que em fato, foi a textura que conduziu a coleção e que resulta em um relevo alto, bastante homogêneo, visualmente muito impactante. O tricot, por sua vez, é trabalhado em padrões mais vazados bem como em pontos que se assemelham a tramas de cestaria. O resultado são peças que congregam tradição e vanguarda, extrema resistência e durabilidade, e cujo design habilmente acompanha a dinâmica destes tempos.
As formas são estruturadas e limpas e em sua maioria ajustadas e as cores, vibrantes, em combinações irresistíveis. Os fios são tecnológicos, em três estruturas e aspectos distintos : extremamente elásticos e opacos; estruturados e luminosos; e os sedosos, maleáveis e brilhantes. A essas combinações de silhuetas, materiais e cores somam-se dançantes franjas de canutilhos, delirantes meias em tricot e uma profusão de listras, o que reafirma a identidade vivaz da criadora.
Alguns cliques de Helen Rödel:
A edição do desfile ocorre por texturas, o crochê. A atitude das modelos é bem suave. No hair, vemos o cabelo preso para cima em forma de trança, com flores. O make é bem natural. Calças, shorts, vestidos em tricô. A trilha é bem mista. Cores como bege, azul, vermelho, marinho, marrom, branco, rosa, preto, turquesa, verde em 2 tons aparecem na passarela. Botas coloridas e de salto alto, meias dobradas na altura da coxa de cores fortes, brincos pequenos e discretos. Trabalhos manuais, que exigem muita paciência. Transparência. Alfaiataria. Brilho. Franjas. Fluidez.
A meu ver, uma das primeira coleções de tricô fashion. A produção estava impecável. Só não tinha necessidade de apelar tanto para o colo nú.
Parabéns, Helen!
Moda é Cultura!
coleção lindissima, com detalhes maravilhosos, a bota usada na coleção ARRAZOU dentro do camarim, e a helen é simplesmente um amor de pessoa! Simpática, sorridente, enfim, tudo que uma estilista deveria ser!
ResponderExcluirSem dúvidas deve servir como exemplo! Beijos, Nexa!!!
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