"É a dobra na barra do tecido de uma calça, saia, vestido ou casaco.
Sua altura, entretanto, já foi uma tirania exercida com vigor pelos estilistas das grandes maisons francesas, a partir do final dos anos 40.
Um detalhe tão importante no vestuário feminino que, a cada estação, o público aguardava ansioso pela nova ordem ditada pelos costureiros de então, mobilizando outros segmentos como a indústria do cinema de Hollywood, cujos produtores temiam que uma grande mudança na centimetragem das bainhas pudesse afetar seus filmes ainda não lançados, tornando os figurinos utilizados fora de moda e com ar de ultrapassados.
O encurtamento das bainhas incomodava até mesmo os motoristas de táxi, que não gostavam que o comprimento das bainhas subisse, pois as mulheres poderiam andar com mais facilidade pelas ruas, não contratando seus serviços de transporte.
A capa da revista francesa Paris Match, em uma de suas edições no início dos anos 50, trazia Christian Dior mostrando com sua régua os exatos centímetros que as bainhas dos vestidos deveriam ter naquela estação e uma reportagem sobre a semana de moda parisiense, no número de 26 de março de 1951 da revista americana Life, dizia que "uma novidade a respeito das bainhas dos vestidos era tão bem guardada quanto um barril de plutônio nos Estados Unidos".
A tirania das bainhas terminou nos anos 60 e, hoje em dia, pertence ao folclore da História da Moda.
No início do século XXI, tornou-se popular o acabamento de roupas sem bainha virada, "cortadas no fio", que se apresentavam desfiadas ou não, na dependência do tecido. O aspecto desfiado fazia parte do novo código de acabamento, que procurava um descaso estudado no visual das roupas".
O texto acima foi extraído do livro Dicionário da Moda, de Marco Sabino. Achei oportuno trazer um pouco da história da bainha para mostrar, mais uma vez, como a moda nunca esteve tão democrática e como o comprimento que você opta usar tem mais relação com estilo pessoal do que com tendências de moda.
Moda é Cultura!
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