É fato. Mulheres que se encontram acima do peso ideal, baseado nos padrões de beleza vigente, têm grande dificuldade em ter acesso às tendências da moda.
O segmento de tamanhos especiais, geralmente, se baseia em roupas para gordas e não roupas de moda para gordas. Modelagens amplas demais, falta de formas.
O “culto ao corpo” e a produção de padrões inatingíveis de beleza está na Moda. A busca pela perfeição através de cirurgias plásticas chega a se tornar incessante para muitas.
Os corpos atuais são produtos de nossa época anoréxica, incluindo a cultura, o modo de vida.
O corpo obeso e o corpo anoréxico são resultado de diversos estímulos visuais e sensoriais que o ser humano sofre diariamente. Seja pela necessidade de comer delícias, seja pela necessidade de parecer perfeita.
A obesidade e a anorexia atingem mais diretamente as mulheres. A Cultura Contemporânea é responsável por considerar o corpo obeso feminino fora dos padrões de saúde, beleza, sucesso e aceitação social.
Desde os anos 1960, graças ao fenômeno Twiggy, até os dias de hoje, com Kate Moss, o campo da moda exalta magreza como condição de beleza.
A estética de cada época é responsável por redefinir a construção do corpo que está diretamente ligada à moda.
Especialmente a partir dos anos 1950, se iniciou a corrida pelo corpo magro, ligada à ideia de diabetes, colesterol, câncer, e anti-beleza.
Exibir um corpo “fora de forma” é causa de vergonha para a sociedade contemporânea.
A moda é ter um corpo magro. A moda é voltada para esses corpos. Não basta não ser gorda, é preciso construir um corpo firme, musculoso.
Estar acima do peso não é apenas uma questão de quilinhos a mais, é estar fora do padrão dominante de beleza vigente. Ter a possibilidade de vestir qualquer marca é privilégio das magras.
As marcas de confecção formatam uma identidade de marca própria para cativar seu público alvo. Assim, grandes marcas brasileiras, quando definem seu público alvo, procuram priorizar o padrão de beleza vigente, as magras e jovens.
Grandes marcas restringem a numeração do 36 ao 42, chegando, em alguns raros modelos, ao 46. Mesmo que a mulher possa comprar uma roupa de marca, se ela não estiver dentro da grade de numeração, não consumirá nenhuma peça da coleção.
Há muito tempo, o tamanho 40 passou a ser 38. Tamanhos G, como o 44 e o 46, foram praticamente abandonados por algumas marcas.
O fato de associar a marca ao que é considerado "feio" pela sociedade não é admitido.
Ansiedade e mal estar acompanham a mulher que está fora do peso ideal no momento das compras. O que é maravilhoso para muitas, torna-se um martírio para elas.
Ultimamente, o Mercado de Moda de Fortaleza, tem aberto os olhos para esse segmento tão carente. Lojas especializadas em tamanhos especiais surgiram. Um Evento de Moda foi lançado, o Plus Size Fashion Fortaleza.
O Mercado que deve se adequar ao consumidor, não o contrário. E é com este pensamento que cada vez mais vêm surgindo marcas a fim de atender aos anseios das mulheres que não correspondem ao protótipo de magreza, atentando para as várias faixas etárias, condições econômicas e de gosto pessoal.
Se a Moda está democrática, deve ser assim para todos os corpos. O direito de escolha acontece quando temos diversas opções e selecionamos o que é melhor para a gente.
Todos devem ter a oportunidade de criar seu estilo e consumir o que convém.
Moda é Cultura!
Nenhum comentário:
Postar um comentário